Histórico


A data de fundação da Casa do Poeta Brasileiro ocorreu em 24 de julho de 1964, concomitantemente com a Casa do Poeta Rio-Grandense - CAPORI, ambas sediadas em Porto Alegre, capital gaúcha, fundadas pelo poeta e ativista cultural Nelson Fachinelli, falecido aos 70 anos, em 2006.

Em 2003, sentindo-se adoentado, entregou a administração a Joaquim Moncks, que, desde 1978 atuava como diretor cultural da entidade; sendo que, de 1991 até 2003, este exerceu a função de Diretor do Departamento Jurídico, tendo elaborado o anteprojeto de estatuto-modelo para a criação de Casas de Poetas, o que possibilitou fortemente a ampliação da Casa do Poeta Brasileiro. 

A entidade mater das Casas de Poetas do Brasil é a Casa do Poeta "Lampião de Gás", de São Paulo, capital, fundada em 1948 pela poetisa "Colombina", sendo que a Casa do Poeta Rio-Grandense, instituída 16 anos mais tarde, inspirou-se nela. Nelson Fachinelli esteve em Santos, participando das comemorações dos 80 anos de nascimento do poeta Martins Fontes, em 1962, e trouxe de lá a ideia de criação da CAPORI, a partir de articulações com Aristeu Bulhões, Graziela Stern, Walter Rossi e Silvia Reys.

As sedes municipais mais antigas são a de Praia Grande/SP, em 1976; a de Brasília/DF (1978) e a de São Vicente/SP, em 1981, desde o nascimento congeminadas à POEBRAS NACIONAL. Há outras Casas que se afiliaram após as suas fundações como entidades autônomas, agregando-se ao esforço associativo como um todo federativo.

A Casa do Poeta Brasileiro possui, atualmente, 77 sedes municipais em 20 Estados da Federação.


Sobre a POEBRAS, Joaquim Moncks escreve:


POEBRAS: FOMENTO E PRESERVAÇÃO DA CULTURA

A CASA DO POETA BRASILEIRO, que usa a sigla POEBRAS – com tonicidade no ‘bras’ -, tem por objetivos primordiais cultuar, cultivar, divulgar, valorizar, promover a arte poética, congregando e prestigiando os que fazem versos e os que dizem versos.
 
É uma Casa fraternalmente aberta aos amantes da “arte melódica e harmoniosa da literatura: sua excelência, a Poesia”.

Mas não é restrita unicamente àqueles que fazem versos. Pretende-se que nestas casas espirituais sejam congregados, numa proposta de CONFRATERNIDADE, todos os portadores de criatividade e inventiva que desejem partilhar o talento com a sua comunidade.

A Casa do Poeta é feita para todos e tem em seus quadros, além dos versejadores, escritores, músicos, cantores, declamadores, artistas plásticos, e demais pessoas interessadas na promoção da área cultural.

Abnegados ativistas culturais versejadores que têm na alma versos em cascata, e que fazem da poesia a beleza da vida, fundaram a POEBRAS em 24 de julho de 1964, vigente, no país, o movimento revolucionário desde abril do mesmo ano. Mesmo exercitando o direito de palavra e o de dizê-la, a POEBRAS nunca teve maiores problemas com o poder durante todo esse tempo.

A idéia da criação da POEBRAS nasceu junto com a Casa do Poeta Rio-Grandense – a CAPORI, designada como entidade-líder da Casa do Poeta Brasileiro. Ambas nascidas no Rio Grande do Sul, o Estado pioneiro no país na implantação dessas Casas, onde as pessoas se benzem e oram sob a forma de poemas, no templo espiritual da Poesia.

Nelson Fachinelli, o “Operário das Letras”, idealizador, fundador e pai dessas Casas, gaúcho de Porto Alegre, em assembléia com sessenta pessoas, plantou a Casa do Poeta Rio-Grandense e edificou a POEBRAS Nacional.

Ao ativista cultural Fachinelli coube a missão de conduzir os primeiros passos, permanecendo à frente da Casa do Poeta Brasileiro por trinta e oito anos.  Mais tarde, a entidade passou a ser dirigida por Coordenadores Regionais que compõem a Deliberativa, ficando Fachinelli, desde então, com o encargo de Coordenador Executivo Nacional.

Responderam pela Coordenação Deliberativa os ativistas culturais Idalina Cotrin Appis e Oswaldo Névola, de São Vicente – São Paulo.  Desde 2003, a coordenação é exercida pelo poeta João Justiniano da Fonseca, que a acumula com o exercício da presidência da POEBRAS Salvador.

Na capital gaúcha, de 1992 a 2003, o advogado, poeta e ativista cultural Joaquim Moncks funcionou como Consultor Jurídico Nacional, elaborando um anteprojeto de estatuto-modelo, o qual estimulou a organização de inúmeras Casas de Poetas em vários Estados.

Também em Salvador, Bahia, está sediada outra representatividade: a Revista da Casa do Poeta Brasileiro, sob a direção e organização do poeta João Justiniano da Fonseca, que já editou e fez editar seis números, de 1999 até esta data.

A CASA DO POETA Lampião de Gás, da capital de São Paulo, criada pela poetisa Colombina, em 1948, é reverenciada como a entidade-mater, desde a fundação da POEBRAS Nacional. Foi nela que o ativista fundador se inspirou para criar a CAPORI. Seu maior desejo sempre foi o de ver a coirmã de São Paulo articulada com a Casa do Poeta Brasileiro.

A idéia da criação destas “Casas da Poesia” surgiu quando Fachinelli participou, em 1962, na cidade de Santos/SP, das comemorações dos 80 anos do nascimento do poeta santista Martins Fontes. O seu piedoso coração lírico sonhara a Poesia espalhada como uma bênção de amor por toda a nação brasileira.

A POEBRAS Brasília foi instalada em 1978 pelo consagrado poeta J.G. de Araújo Jorge, que foi deputado federal por várias legislaturas, e que manteve durante muitos anos o programa radiofônico ‘Salão Grená’, pelos microfones da Rádio Nacional, e que estimulou o cultivo da Poesia em todo o Brasil.

O Patrono Perpétuo da POEBRAS Nacional é o poeta baiano Castro Alves. O seu presidente de honra é Nelson Fachinelli, falecido em 26 de abril de 2006, em Porto Alegre.

Desde o X Congresso Brasileiro de Poesia, ocorrido em 2003, na cidade de Bento Gonçalves, na região serrana do RS, a Coordenação da POEBRAS é exercida por Joaquim Moncks, com sede operacional no RS.

A Casa do Poeta Brasileiro – POEBRAS Nacional, neste janeiro de 2009, está articulada em 73 (setenta e três) Casas de Poetas, sedes municipais e coordenadorias executivas distribuídas em (dezenove) Estados-Membros da Federação Brasileira.

Em dezembro de 2008 passaram a integrar o universo confederativo as Casas de Santiago e Rosário do Sul, ambas no RS. Totaliza um universo associativo de cerca de 3.000 (três mil) artistas da palavra e de outros naipes de manifestações artísticas predominantemente populares.

Destina-se a funcionar como representativa das reivindicações e dos interesses do associativismo poético nacional, nos moldes de uma Confederação Brasileira de Cultura, atendendo aos interesses dos outros naipes de produção e difusão cultural abrigados em seu bojo corporativo.

Apesar da sua profunda e exaustiva articulação associativa, estas entidades de direito privado têm custo baixo e totalmente suportável pelas Casas locais, que têm absoluta autonomia administrativa, regidas por estatutos, com sede e foro onde estão territorialmente localizadas. A Coordenação Nacional sugere, propõe através de recomendações às Casas agremiadas, entrosa e agiliza ações culturais, atendendo aos interesses regionais, inter-regionais e nacionais.

Por certo – espera-se – se conseguirá abrir portas junto ao Ministério da Cultura e à toda poderosa Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC, que detém as verbas para o fomento cultural no Brasil, hauridas pela dotação orçamentária e generosas contribuições das Confederações Nacionais da Indústria – CNI, do Comércio – CNC, e da Agricultura – CNA.

Espera-se que a POEBRAS Nacional venha a obter em breve o seu reconhecimento para os efeitos de distribuição de verbas, como o programa ‘Ponto Nacional de Cultura’, através da Secretaria de Programas e Projetos do Ministério da Cultura. Espera-se, também, que o intelectual (jurado da CNIC) investido de mandato da área de Literatura e Humanidades, seja sensível aos projetos de cunho associativo-literários de âmbito nacional.

Na atual organização do esquema privado-governamental para a distribuição de verbas (atendendo aos interesses a nível nacional) têm-se como executores autorizados o SESC e o SENAC, articulados em agências distribuídas em todo o país. Estes organismos realizam bom trabalho, mas poderiam se valer de entidades corporativas nacionalmente articuladas.

A POEBRAS nasceu e vem se organizando para atuar em conjunto com os precitados organismos. Já temos – em vários pontos do país – incipientes projetos neste modelo. Há inúmeras Feiras do Livro em que o SESC e a POEBRAS atuam em mútuo apoio.

Num país que lê muito pouco e em que os seus compatriotas compram livros somente quando exigidos pelos momentâneos interesses, é possível que o exercício da confraternidade e do solidarismo sejam propostas oportunas, convenientes e factíveis para a o fomento e preservação da Cultura.

Não somente a pontual cultura literária, mas a CULTURA sob todas as suas modalidades e roupagens, já que as Casas de Poetas do esquema POEBRAS se destinam a abrigar e congraçar todas as possíveis manifestações do largo espectro da Cultura, como legítima organização não governamental (ONG) representativa dos valores culturais brasileiros.

– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2009.
Joaquim Moncks