sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Casa do Poeta: exemplo de trabalho e dedicação - por Joaquim Moncks

Há lugar para a poesia num país que lê tão pouco? O que faz alguém sonhar com um mundo melhor, mais humano, mais denso de amor? E esta absurda entrega ao outro, por vezes incompreensível, é conduta encontrável em qualquer pessoa? Se sairmos por aí, sempre encontraremos alguns tipos humanos que pensam o mundo diferentemente do lugar comum da vida. Alguns que, lucidamente, percebem a injustiça social, a falta de liberdade para as escolhas e a irrisória perspectiva de encontrar uma vida que nos traga paz e felicidade. Algo me parece pontual neste início de século: a criatura humana está cada vez mais solitária. Sempre necessitada de olhos, beijos e abraços que lhe facilitem o andar no mundo. Há, na atualidade, uma imensa necessidade de trocas afetivas. O novo, nos últimos anos, é o contato internético através da utilização do computador. O Brasil tem, hoje, mais de oitenta milhões de PCs em uso. Acresça-se a isto o dobro desta cifra em telefones celulares. Usa-se este aparato para intensificar a vida de relação, torná-la mais fácil, mais rentável sob qualquer ótica. A rapidez com que se operam os contatos eletrônicos formatam o dia-a-dia. A Grande Rede permite que ignoremos distâncias e utilizemos o tempo com mais agilidade. Temos, na atualidade, um milagre: amigos com quem falamos todos os dias e nem sequer os conhecemos pessoalmente. Procura-se o parceiro frente ao olho do computador, e se o descobre, sorridente, após alguma espera dos humores eletrônicos e peculiar competência para a localização nos sites. São tão ansiosas estas relações que nem sempre se utiliza a webcam para tentar ver o rosto de nosso interlocutor. O envolvimento é tanto, que casais de todas as idades se rendem às aparentes afinidades hauridas pela net e acabam viajando quilômetros para se encontrarem fisicamente e ficarem... Como se vê pelo que está alinhavado, as relações da vida sofreram profundas mudanças. E o lirismo, matéria prima da ótica poética, parece ter perdido um pouco a sua habitual consistência. Percebo, no entanto, que nunca se escreveu tantos textos de natureza fantasiosa, buscando a comunicação com os “amigos”, e a utilização de cânones escriturais muito similares à eterna Poesia. Poucos chegam aos cânones deste gênero literário, mas todos acreditam que estão a escrever poemas. Nunca a mulher brasileira escreveu tanto sobre o seu universo de agonias amorosas. A liberação feminina abriu o gueto da solidão e aborda não só o amor desejoso de contatos e afetos, mas abraça a liberdade de escolha e de opção. O mesmo ocorre nos campos da diversidade sexual. Todo este universo de observação se acachapa sobre o pesquisador, sobre o ativista que pretende fazer o mundo mais feliz, ajudando os que se iniciam nas artes. Quando a realidade é hostil, o poeta recria o seu universo pessoal e pretende que esteja a salvo de suas formidáveis garras. Principalmente quando se faz parte da classe menos favorecida. E o criador procura se agregar aos seus irmãos em poesia. É nas entidades culturais que surge o fomento à criação. Este é o espírito. As Casas do Poeta, organizações não governamentais, nasceram na intenção de democratizar o conhecimento, primordialmente em Poesia. É a materialização do associativismo proletário. Em 2009, chegamos aos 45 anos de existência da Casa do Poeta Rio-Grandense, a CAPORI, fundada em 1964. Curiosamente, no ano em que o país mergulhava na ditadura militar. Estamos, na atualidade, em plenitude democrática, e todos aprendemos muito. Cultura é vetor sociológico que não pode provir do Estado. Nasce dos esforços da base social. No atual momento associativo, constata-se que a CAPORI, sediada em Porto Alegre, estende a sua ação associativa a todo o Estado do RS. Na diretoria da Casa estão dirigentes residentes no Interior, que aglutinam os associados locais, com os seus poemas e os sonhos de trazer beleza e felicidade para a capital, universo cosmopolita. Esta coletânea é cooperativada, cada um paga o seu espaço impresso. Com este proceder, proclamamos a nossa independência editorial. Aqui está fundido, em prosa e verso, o nosso universo pensamental. Acreditamos no Brasil e no futuro da Pátria. Porto Alegre, 27 de outubro de 2009. Joaquim Moncks, Coordenador Nacional da Casa do Poeta Brasileiro – POEBRAS Nacional.


– Prefácio para a Coletânea da Casa do Poeta Rio-Grandense - CAPORI, 2009. Obra a ser lançada na 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 09 de novembro próximo, pela Editora VCS, com autógrafos dos participantes.

– Do livro O HÁLITO DAS PALAVRAS, 2008/2009.
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/1892476

Um comentário:

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